“COMPARTILHAI COM GENTILEZA A ESPERANÇA QUE HABITA EM VOSSOS CORAÇÕES” (CF. 1 PD 3,15-16)
No Brasil, a celebração do Sétimo Domingo da Páscoa coincide com a Solenidade da Ascensão do Senhor, transferida para esse dia, ocasião em que também se comemora o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Para esta data, o Papa tradicionalmente escreve uma mensagem especial. A mensagem deste ano foi deixada pelo saudoso Papa Francisco, que nos motiva a sair em missão e proclamar a Palavra de Deus. Assim como Jesus enviou os discípulos para continuar sua obra, hoje Ele também nos envia como anunciadores do Evangelho.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais nos lembra que somos chamados a utilizar todos os meios de comunicação para transmitir a mensagem de Deus. Vivendo na era digital, com a internet e a inteligência artificial em evidência, devemos empregar essas ferramentas para o bem, evangelizando com responsabilidade. O Espírito Santo, nosso defensor, nos dará palavras apropriadas para essa missão. Como dizia o Papa Francisco, precisamos ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro do outro e compartilha a Boa Nova — continuando o trabalho iniciado pelos primeiros discípulos.
A mensagem deste ano está alinhada ao Ano Jubilar da Esperança. Para falar de Deus aos outros, é necessário nutrir fé e esperança, a fim de consolar os desanimados e fortalecer os vacilantes. Nossa esperança vem do Cristo Ressuscitado, e o Espírito Santo, recebido no batismo, nos impulsiona a sermos testemunhas da Palavra de Deus.
Desde o batismo, tornamo-nos discípulos e missionários de Jesus, dotados dos dons do Espírito Santo. A mansidão, tema central da mensagem, deve acompanhar nosso caminho como discípulos. A esperança cristã está voltada para a vida eterna. Enquanto estamos neste mundo, devemos evangelizar, praticar o bem e viver a caridade, para sermos dignos da vida eterna.
O Papa Francisco chama a atenção para o fato de que nem toda comunicação inspira esperança. Muitas vezes, ela promove medo, preconceito, ódio e fanatismo. Notícias manipuladas ou sensacionalistas podem inflamar ânimos e gerar desconforto. É preciso desarmar a comunicação, purificando-a de toda agressividade. Muitos programas de TV, por exemplo, priorizam a violência e a discórdia, causando sensação de insegurança e não contribuindo positivamente para o público.
Ele também alerta sobre o uso das redes sociais: devemos ter cuidado com a superexposição da nossa vida e da vida de nossos familiares. Há casos em que as redes se tornam espaços de ódio e articulação de ações prejudiciais. Para os cristãos, é essencial usar essas plataformas para o bem, para evangelizar e promover o amor.
Outra preocupação do Papa é com a chamada "distração programada da atenção" — pessoas que buscam apenas visibilidade ou se aproveitam dos outros. É importante saber com quem estamos interagindo nas redes e usar menos esses meios, priorizando os encontros reais. Antes de tudo, devemos usar nosso tempo para anunciar Deus e sua Palavra.
O Papa reconhece que manter a esperança em um mundo marcado por injustiças, guerras e violências é um grande desafio. No entanto, a esperança é uma virtude cristã essencial. Devemos cultivar pensamentos positivos e confiar em dias melhores. Se perdermos a esperança, afastamo-nos das bênçãos que Deus tem para nós.
A comunicação, afirma ele, deve ser feita com respeito, mansidão e proximidade. O comunicador deve ser claro e acessível, especialmente no ambiente religioso — um sacerdote, por exemplo, deve se aproximar da realidade do povo para que sua mensagem seja compreendida. Uma boa comunicação não cria ilusões, mas inspira e ajuda os outros a superar medos e dificuldades.
A esperança deve ser cultivada em comunidade. No contexto do Ano Jubilar da Esperança, toda a Igreja é chamada a viver essa expectativa por um mundo melhor. Somos incentivados a visitar as Igrejas jubilares e a participar ativamente dessa vivência de fé.
Na conclusão da mensagem, o Papa deixa conselhos importantes: cuidar do coração e da vida interior, agir com mansidão e valorizar os relacionamentos reais. Em tempos de excesso de vida virtual, é comum esquecermos o rosto das pessoas ao nosso redor. Precisamos comunicar com esperança, construir pontes e derrubar os muros, visíveis e invisíveis, do nosso tempo.
Esses são os principais pontos da mensagem do 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Não deixemos de nos comunicar verdadeiramente com os outros. Usemos a tecnologia com sabedoria e sempre com o propósito de anunciar a esperança que brota do Cristo Ressuscitado.
Leia a mensagem na íntegra no link
Mensagem - Dia Mundial das Comunicações Sociais
Ir. Eliana Aparecida dos Santos
Comissão Internacional de Comunicação (CIC)
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