Irmã Marie Pierre RUCHE
Nascida Hélène Henriette RUCHE
1927- 2024
Em 30 de dezembro de 1927,a pequena Hélène nasceu, trazendo alegria para a família Ruche, a quarta de seis filhos. Ela cresceu no vilarejo de St Didier, em Haute-Savoie, hoje conhecido como Bons en Chablais, após uma fusão com outro vilarejo. Seus pais eram pequenos agricultores e faziam parte do sistema de ajuda mútua que funcionava no campo na época, o que garantia que a vida fosse possível em pequenas fazendas: arar, colher, e Hélène, como as outras crianças, contribuía com sua modesta parte para o trabalho no campo.
Quando criança, ela já gostava de ler, assim como suas irmãs, tanto que sua mãe tinha uma regra: ler somente aos domingos! No vilarejo, duas ou três Irmãs de São José ensinavam o catecismo, organizavam uma oficina no inverno para ensinar costura às moças e organizavam uma sessão de recreação para as crianças nas festividades de fim de ano.
Depois de terminar a escola primária, Marie Pierre foi para a Suíça, para o internato em Bourdigny, dirigido pelas Irmãs de São José. Como seus pais não tinham dinheiro para pagar o internato, elas deram à Marie Pierre uma bolsa de estudos. Para pagar a pensão, seus pais davam às Irmãs uma parte de sua colheita: batatas, legumes , queijo branco fresco, um pedaço de carne de porco criado na fazenda e trigo para as galinhas.
Vamos ouvi-la:
“Em Bourdigny, todas as alunas eram internas. Havia uma certa disciplina que não nos impedia de ter um relacionamento simples com as irmãs. Eu me senti chamada a me tornar religiosa e minha principal preocupação era se eu seria feliz nessa vida. Mas as risadas que ouvia delas me tranquilizavam. Entrei no noviciado em setembro de 1946 e segui a formação clássica da época que, ao que me parece, não me deu mais ou melhor do que eu esperava. O que eu tinha recebido em Bourdigny era melhor. Lembro-me de que um retiro na Casa Mãe me deu insônia porque o conteúdo das palestras era muito inquietante.”
Ela emitiu seus primeiros votos em 1949 e seus votos perpétuos em 1952, e logo se envolveu com o ensino em Notre Dame du Rocher. Mais tarde, ela nos contou o quanto ela experimentou a obediência em seu compromisso.
Vamos ouvi-la:
“Depois de alguns anos como professora, voltei a estudar em Montpellier. Enquanto frequentava a universidade, durante o primeiro ano compartilhei a vida das irmãs da Sainta Família, que acabavam de se juntar à nossa congregação. No segundo ano, como era a única aluna sofri por não poder compartilhar o que estava vivenciando. Eu estava ansiosa para voltar para minhas irmãs em Chambéry, quando meus superiores decidiram que a viagem era desnecessária. Foi a única vez que a obediência me fez chorar.”
Depois, a partir de 1968, houve longos anos em que ela esteve inteiramente a serviço da Congregação. Ela viveu durante a fusão das três províncias de Chambéry, Maurienne e Moûtiers e foi sua Provincial. Em 1981, o economato provincial lhe foi confiado; e ela iniciou seu primeiro mandato como Superiora Geral em 1986, seguido por um segundo até 1998. Período em que viveu em Roma.
Vamos ouvi-la:
"Meus anos como Superiora Geral não foram fáceis. No entanto, sou grata ao Senhor por ter permitido que eu me abrisse à toda Congregação e por ter conhecido tantas de minhas irmãs, que compartilharam comigo em toda a simplicidade suas dificuldades e suas alegrias que experimentavam em sua missão.”
Ela sabia se adaptar a qualquer situação: quantas mudanças e echamentos de casas ela teve que realizar ao longo dos anos! Ela nunca se esquivou do trabalho, seja ele manual ou intelectual. Ela estava determinada a aprender vários idiomas para entender as irmãs nas diferentes regiões onde a Congregação estava estabelecida.
De volta a Chambéry, ela foi sucessivamente provincial e conselheira provincial. Ela continuou a servir suas irmãs, sendo responsável pela comunidade de Ste Marie des Monts. Em seguida, ela participou ativamente do projeto intergeracional Bois Joli em Jacob Bellecombette, que ajudou a dar vida à comunidade atual. Ainda temos muitas pequenas histórias e anedotas de nossa irmã, que nos contava durante as refeições festivas.
Seus últimos anos foram marcados por uma queda que abalou sua saúde. Ela entrou no Clos St. Joseph e preservou a delicadeza e a energia que eram suas marcas registradas quando podia agir por conta própria. A serenidade a levou a ser dócil, em total entrega nas mãos do Senhor.
Ela adormeceu pacificamente na sexta-feira 5 de abril, semana de Páscoa, e se juntou à grande família São José já reunida com o Cristo ressuscitado.
Na sexta-feira, 12 de abril, às 14h30, na igreja de Jacob Bellecombette, daremos graças a Deus pela vida de Marie Pierre, serva fiel que respondeu generosamente aos apelos da Congregação e de seu Senhor, a quem ela serviu durante toda a sua vida. Rezemos por ela e com ela, por sua irmã e por toda a sua família.
O sepultamento ocorrerá após a missa no cemitério Charrière Neuve, em Chambéry.
As Irmãs de São José de Chambéry