ENCONTRO DE COMUNICADORAS NA INDIA – 2023 – Conselho Geral – Mensagem
DISCURSO DE ABERTURA DA IRMÃ DOLORES
Bom dia!
Em primeiro lugar, direi que estou muito feliz por vocês estarem reunidas para este encontro. Quando Laveena me pediu para compartilhar algumas palavras, perguntei a que horas a reunião começaria, pois também queria estar presente na oração de abertura. Obrigada por compartilhar uma oração tão bonita.
A comunicação é algo que tenho no coração! Estudei Comunicação Social aqui, em Roma, na Universidade Gregoriana, há muitos anos. Fui a primeira pessoa responsável pelas Comunicações em nossa Congregação. Nós percorremos um longo caminho: eu usei disquetes grandes e tive que inicializar meu computador cada vez que eu o usava. Não havia internet, What's App, YouTube, TikTok ou IA; tínhamos apenas um aparelho de fax, que pensávamos que era tão moderno - e foi.
Hoje, o mundo está sempre 'conectado'. Não importa onde se viva, há sempre notícias, filmes ou entretenimento de todos os tipos. Todas as notícias são reais ou verdadeiras? Quantas vezes ouvimos ou lemos o que acaba por ser uma 'fake news'. E o clima? Aqui em Roma, se meu aplicativo de tempo diz 50% de chance de chuva, eu acho que os meteorologistas não estarão errados? São 50 – 50! E o cinema ou o entretenimento? Tudo é bom?
No mundo de hoje, é uma enorme responsabilidade para todos os que se comunicam fazê-lo com muito cuidado. Você está envolvida em uma escola? Como você se comunica com os pais, seus alunos, funcionários e ex-alunos? As palavras são muito poderosas e devem ser bem escolhidas. Você está envolvida com cuidados de saúde? Como você comunica más notícias a um paciente ou família? Trabalho social? Trabalho pastoral? Ministério paroquial? Liderança na sua comunidade? As palavras podem trazer grande consolo, mas também grande desolação. Elas podem animar e trazer vida e alegria para o ouvinte, ou aquele que lê o que você escreveu, mas também podem deprimir, trazer tristeza, causar confusão ou angústia.
E nos comunicamos mais do que apenas palavras. Nossa linguagem corporal, nossas expressões faciais, nosso tom de voz, emojis em mensagens – todas comunicam algo. A verdadeira comunicação envolve todo o seu ser e, como diz o tema de vocês, é a comunhão através da comunicação.
Laveena me enviou a reflexão que Bob pediu a cada uma de vocês para refletir. Também passei algum tempo refletindo sobre esses mesmos personagens e suas palavras. Cada um desses homens tinha algumas coisas em comum. Cada um ouvia e estava aberto à palavra que Deus lhe falava. Cada um, à sua maneira, respondia às palavras que lhe eram ditas. E Deus, por sua vez, abençoou cada um deles com os dons de que precisavam – e os dons eram todos diferentes.
Eu acrescentaria mais uma pessoa a esta lista de homens, e essa pessoa é Maria, nossa Mãe Santíssima. Ela também ouviu a palavra de Deus que lhe foi dita através do anjo Gabriel. Sua resposta ao anjo foi desafiadora, como a de Moisés, quando ela disse: "Como pode ser isso, já que não tenho marido?" Mas Maria ouviu atentamente a resposta do anjo, e só então respondeu de forma clara e simples: "Eis que sou serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra". Há outros exemplos da comunicação clara e simples de Maria, como quando ela visita sua prima Isabel e responde à saudação de Isabel com a oração que conhecemos como o Magnificat; ou diz a seu filho, Jesus, nas bodas de Caná, que eles não tinham mais vinho. Temos também outros exemplos de comunicação de Maria, como em Fátima ou Lourdes. Simples e suave, mas também firme e desafiadora.
Tenho esperança de que cada uma de vocês estará aberta às palavras ditas a vocês, às partilhas que terão e, como Bob escreveu, espero que tenham dias de aprendizado divertidos.
Peço ao nosso bom e gracioso Deus que continue a abençoá-la, neste encontro, e, ao partir, que você seja abençoada e fortalecida para continuar em suas respectivas missões e ministérios, melhor equipado para uma comunicação positiva, dinâmica e vivificante.
Obrigada.
Ir. Dolores Lar
DISCURSO DE ABERTURA DA IRMÃ CELINE
Bom dia a cada uma de vocês,
queridas Irmãs. Ao reunir-se como comunicadoras das nossas quatro Províncias, uno-me a vocês nos meus pensamentos e orações.
Todas nós estamos cientes e sabemos que a linguagem que usamos tem um grande poder e impacto sobre os outros. Seja em casa, no local de trabalho, nas redes sociais ou pessoalmente, os comentários que fazemos sobre os outros podem ajudar ou destruí-los. Vale a pena pensar, nos dias de hoje, como vocês estão juntas como comunicadoras, sobre sua própria atitude e uso das plataformas online: suas curtidas, as opiniões que você compartilha e os comentários sobre outras pessoas, que não têm qualquer tipo de misericórdia ou compreensão da fraqueza e fragilidade humanas.
O Papa Francisco nos desafia a falar sempre a verdade com amor. Ele diz: "Comunicar-se de maneira cordial significa que aqueles que nos leem ou ouvem são levados a acolher nossa participação nas alegrias, medos, esperanças e sofrimentos das mulheres e dos homens de nosso tempo. Quem fala assim, ama o outro porque cuida e protege sua liberdade sem violá-la". O Papa está nos convidando a considerar e a olhar em nossos corações, nos perguntando: o que está acontecendo lá dentro? Que tipo de escuridão ou ruído há que nos leva a sermos tão carentes de empatia ou de misericórdia?
Lemos em Provérbios 21,23: "Quem guarda a sua boca e sua língua preserva das angústias sua alma”. A versão moderna disso pode ser: "guarda os teus dedos do perigo".
Como comunicadoras, vocês têm uma grande responsabilidade. A sua missão é ajudar a vocês mesmas e aos outros a construir relações com Deus, umas com as outras e com o próximo, que é o Carisma das Irmãs de São José – o nosso Carisma.
Desejo a ambos, organizadores e participantes, o melhor para o seu encontro. Tenham um tempo frutífero juntas.
Irmã Celine Kalathoor
FALANDO COM O CORAÇÃO, "A VERDADE NO AMOR"
Bom dia de Roma, desejando um bom encontro a todas as participantes que chegaram de nossas 4 Províncias da Índia e estão reunidas em Tanmaya.
Gostaria de me referir a algumas citações importantes da Mensagem do Papa Francisco para o 57º Dia Mundial da Comunicação Social. “Num período histórico marcado por polarizações e contrastes — aos quais, infelizmente, nem a comunidade eclesial está imune —, o compromisso de comunicar "de coração e braços abertos" não diz respeito exclusivamente aos da comunicação; é responsabilidade de todos. Todos somos chamados a procurar e a falar a verdade e a fazê-lo com caridade”.
O coração é, de fato, o que nos move a acolher, a dialogar e a compartilhar, gerando uma dinâmica que Francisco define como a de comunicar cordialmente. Acolher o outro é o que nos permite, depois de escutar, falar seguindo a verdade do amor.
Não devemos ter medo de proclamar a verdade - mesmo que, por vezes, seja desconfortável -, mas devemos fazê-lo com caridade, com o coração. Isso leva o ouvinte a sintonizar no mesmo ritmo. Então o milagre do encontro acontece. Falar com o coração significa participar das alegrias e medos, esperanças e sofrimentos das mulheres e dos homens do nosso tempo. É um apelo que desafia, particularmente, quem comunica na realidade de hoje, uma realidade tão inclinada para a indiferença e a indignação, e, por vezes, se baseia na desinformação, que falsifica e explora a verdade, como afirma o Papa.
Em um período histórico, marcado por polarizações e contrastes, o compromisso com a comunicação "de coração e braços abertos" não pertence exclusivamente aos comunicadores, mas é responsabilidade de cada um. Todos somos chamados a buscar e a dizer a verdade e a fazê-lo com caridade.
"Falar com o coração" faz parte do processo sinodal que a Igreja está vivendo; O Papa Francisco observa que ouvir uns aos outros é o dom mais precioso que podemos dar a nós mesmos. Há uma grande necessidade de uma linguagem segundo o estilo de Deus, alimentada pela proximidade, compaixão e ternura. E o Papa Francisco descreve o seu sonho: “Sonho com uma comunicação eclesial que saiba deixar-se guiar pelo Espírito Santo, suave e, ao mesmo tempo, profética, que saiba encontrar novos caminhos e meios para o maravilhoso anúncio que é chamada a realizar no terceiro milénio. Uma comunicação que coloque no centro a relação com Deus e com o próximo, sobretudo com os mais necessitados, e que saiba acender o fogo da fé em vez de preservar as cinzas de uma identidade autorreferencial”.
Encontrar as palavras certas para construir um mundo melhor cabe a todos, mas, em particular, é uma responsabilidade confiada àqueles de vocês que se tornarão melhores comunicadores.
APROVEITE O ENCONTRO! Irmã Maria Cristina Gavazzi
FALE COM O CORAÇÃO
Queridas Irmãs,
A minha mensagem para vocês baseia-se no discurso do Papa Francisco. O tempo de treinamento em comunicação é um tempo de graça, porque Deus quer falar de coração para cada pessoa.
O Papa recorda a necessidade de "falar de coração no processo sinodal" na Igreja. Fala de uma "escuta sem preconceitos", "atenta e disponível". Continua dizendo que "na Igreja precisamos urgentemente de uma comunicação que inflame os corações, conforte as feridas e ilumine o caminho dos irmãos".
"Sonho com uma comunicação eclesiástica que saiba deixar-se guiar pelo Espírito Santo, suave e, ao mesmo tempo, profética, capaz de encontrar novas formas e modalidades para o maravilhoso anúncio, pois é chamado a anunciar no terceiro milénio", diz o Santo Padre.
Falar do coração nasce fundamentalmente do amor, da verdade e da caridade que reside no coração. Esta é a base que abre caminho para cada conversa genuína. Não é uma comunicação que espera reconhecimento, valorização e aprovação para si, mas se trata de reconhecer o outro.
Desejo a todas um encontro abençoado – Irmã Elisa Fátima Zuanazzi