Uma parada inesperada
Sim, foi preciso um vírus invisível a olhos nus, sorrateiro e veloz que em pouco tempo tomou conta do planeta terra e se espalhou atingindo a humanidade para nos fazer parar...
Atendendo ao apelo das autoridades e da Igreja, assumimos ficar em casa, fazer a experiência do deserto e refletir: O que Deus está nos falando com essa realidade? O que fala para a humanidade? O que está nos pedindo? Essa realidade interpelou a cada uma de nós, as famílias, as comunidades a ficarmos mais juntos, a dialogar, rezar e buscar soluções para atender as necessidades do dia a dia. Como comunidade estamos em casa e aproveitamos essa travessia para lançarmos as redes em águas mais profundas. Pois, queremos que a vida surja mais forte, mais de acordo com o Evangelho de Jesus, mais conforme nosso Carisma, o que assumimos como vocação à Vida Consagrada e de Missão.
Nossa rotina mudou, mas, conseguimos passar para outra margem e nos organizamos para celebrar São José e renovação dos votos em casa. Com muito amor, realizamos nossa celebração em comunhão com todas as Ir. de São José. Na Comunidade continuamos com os afazeres de rotina e com tempos fortes de oração, reflexão, retiro mensal, leituras, adoração ao Santíssimo, Via-Sacra com criatividade e diariamente participamos da missa pela TV Aparecida e ainda temos momentos de maior convivência comunitária.
Também procuramos exercitar nosso físico com os exercícios que as professoras de ginástica e pilates nos enviam. Para os serviços externos como ir ao mercado, farmácia e outros, a jovem Laura Smiderle, nossa vizinha, ofereceu-se para nos ajudar. Há muita solidariedade ao nosso redor: as Irmãs mais jovens nos ajudando; os Freis Capuchinhos mais jovens também se colocaram a disposição para nos atender em alguma necessidade; uma família nos presenteou com lenha boa e pronta para o consumo, outras com frutas e legumes...
É um dar e receber
Como comunidade contribuímos para aquisição de material para a confecção de máscaras em comunhão com as Irmãs Clarissas Capuchinhas. E isso acontece não apenas conosco. Na cidade há ajuda de todos os lados: mãos que fazem máscaras para o Hospital e Posto de Saúde; dez macas e respirador manual foram feitos pela Equipe da Sitmed, marmitas gratuitas e garrafas de água para os caminhoneiros; uma empresa de produção de Morangos de estufa faz doação 2 vezes por semana de 5 quilos de morangos juntamente com uma cartinha de incentivo à cada local: Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Hospital Nossa Senhora de Fátima e Centro de Saúde. Entre outros...
Em meio ao medo e incerteza, uma onda de solidariedade cresce no município de Flores da Cunha. Amor em gestos solidário que se tornam muito maior que a própria doação.
Irmãs da Comunidade de Flores da Cunha
