A Marcha das Margaridas é um movimento de mulheres que surgiu no Brasil no ano 2000. A data escolhida é 12 de agosto pois, lembra a morte da trabalhadora rural e líder sindicalista Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 quando lutava pelos direitos dos trabalhadores na Paraíba. A marcha mobiliza mulheres trabalhadoras, do campo e das cidades, pertencentes a movimentos feministas e sindicais que lutam para romper com todas as formas de discriminação e violência contra a mulher.
O movimento tornou-se conhecido como “a maior e mais efetiva ação de mulheres na América Latina”, por trazer à discussão debates importantes sobre a mulher, por fazer denúncias, pressão e buscar diálogo constante e negociação com o governo federal.
Em 2019 aconteceu a 6ª Marcha das Margaridas em Brasília, no distrito Federal, as outras aconteceram em 2003, 2007, 2011 e 2015. Este ano contou com a participação das Irmãs Ana Maria Goia e Maria da Consolação Rocha Coelho.
As Irmãs relatam o que experienciaram:
“Foi uma experiência inédita, maravilhosa! Mulheres e homens vindos de todo Brasil e de 27 países, trazendo os mesmos sonhos e desejos: “por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça e livre de violência”.
Foi um momento de convívio enriquecedor, de esperança, de solidariedade. Era bonito de ver acontecendo a partilha do pão, da água, dos espaços, da acolhida em todos os sentidos, entre a multidão e os organizadores do evento. Uma experiência de Reino de Deus!
Conforme as estatísticas, eram mais ou menos 100 mil pessoas, marchando na mesma direção: a Explanada dos Ministérios. Vozes ensurdecedoras reivindicando, vozes de todas/os as/os que não têm vez, vozes das/dos ausentes, das/dos esquecidas/os da sociedade.
Na marcha, sentimos falta da presença e de uma participação da Igreja e da Vida Religiosa Consagrada mais comprometida com os pobres, que são a causa maior de Jesus de Nazaré e do seu do seguimento.
Nós, Irmãs de São José de Chambéry e também Leigas/os do Pequeno Projeto, vivemos a experiência bíblica da multidão que ia atrás de Jesus, com fome e sede de justiça, fome e sede de vida digna para todos/as, como é o desejo de Deus.
Somos profundamente gratas por essa experiência singular na nossa vida. ”
Ir. Eliana Aparecida dos Santos